Como Seria o Mundo sem Livros | FAHRENHEIT 451 (RAY BRADBURY)

Tempo de leitura: 6 minutos

Nesse video de hoje eu vou falar sobre esse livro incrível chamado Fahrenheit 451. Mas pode ficar tranquilo que não vou contar nada que prejudique a sua leitura. Vou fazer umas analogias com o mundo atual pra aumentar a sua curiosidade. Antes da gente começar nessa história, eu quero te contar algo que aconteceu antes da gravação desse vídeo. Eu iria gravar outro assunto e já estava preparando a ideia quando pensei: Vou aproveitar que falei do admirável mundo novo e emendar logo no Fahrenheit 451. Mas havia um problema: O livro possui 215 páginas. Isso não é muito mas como eu iria resolver isso em dois dias? Simples eu falei no vídeo sobre benefícios da leitura que existe uma ferramenta espetacular chamada leitura dinâmica…. pois é… eu terminei o livro em poucas horas e logo já estava pronto pra comentar sobre ele.

Você quer saber como isso é possível? Eu já dei a minha palavra aqui… assim que a gente chegar a mil inscritos no Canal do Youtube eu vou liberar um material de leitura dinâmica para te ajudar a aumentar a sua velocidade de leitura com compreensão em no mínimo de 20%. Não é promessa de youtuber… nem quero ganhar dinheiro com isso… é pra te ajudar…. então agora é com você… compartilhe com seus amigos, parentes, conhecidos e peça a eles para clicar e inscrever no canal.

No livroFahrenheit 451, o autor apresenta um futuro incerto onde a sociedade vive em uma fase de total êxtase e oposição intelectual. Pensar por si próprio é visto com maus olhos e possuir ou ler livros é um ato imperdoável. Essa distopia tem uma característica um pouco diferente pois apresente um estado totalitário que exerce um controle, mas é um controle sobre a informação. E como é feito esse controle? Eles controlam a informação por meio da proibição da simples existência de livros. E existe um engajamento social nisso. Caso alguém desconfe que uma pessoa do bairro está de posse de algum livro, fazem uma denúncia anônima e os bombeiros realizam a busca para queimar esses livros. É um grande paradoxo, pois os bombeiros que naturalmente deveriam apagar incêndios, são os responsáveis por atear fogo nos livros.

Na sociedade imaginada por Bradbury, as pessoas vivem constantemente alegres, tomando suas doses diárias drogas, e o tempo todo assistindo programas nas grandes telas, que por vezes ocupam todas as paredes das suas casas. Agora veja que coisa interessante…

Com todas essas possiblidades de interação e entretenimento as pessoas praticamente não interagem entre si e usam todos esses meios e de entretenimento para passar o dia. Nos dias atuais não é incomum a interação pelas redes sociais nas quais as vidas são produzidas como em um cinema. Imagens são milimetricamente pensadas para que sejam postadas e pessoas interagirem sem nunca ter estado frente a frente com outras. Não estou dizendo que a tecnologia seja de todo ruim mas Bradbury já havia vislumbrado tudo isso há meio século.

O personagem principal dessa história é o bombeiro Guy Montag. Assim como todos os bombeiros de sua época, são responsáveis por localizar bibliotecas, livros e estantes clandestinas e queimar todos eles. Dia após dia Montag desempenha sua função com muita alegria e satisfação, mas um encontro ao acaso com sua vizinha, Clarisse, começa a despertar nele um profundo sentimento de incômodo. Clarisse, uma adolescente de 17 anos, fala das coisas com propriedade e sentimento, fala sobre a chuva e sobre o orvalho, sobre as estrelas e a Lua. No caminho de casa Montag passa a encontrar Clarisse e em um desses encontros ela faz a seguinte pergunta a Montag. Você alguma vez já leu algum desses livros que queimou? E essas coisas começavam a perturbá-lo.

Tudo complica ainda mais após um acontecimento inusitado em sua carreira. Ao atender à uma denúncia, ele e sua equipe vão até a casa de uma senhora e lá encontram milhares de livros escondidos. A mulher começa a recitar versos de vários autores, e, quando chega o momento de queimar os livros, ela se joga junto com eles no fogo. Montag fica profundamente atordoado e começa a questionar … o que levaria uma mulherdar a vida por esses livros?

E é isso que faz o livro ser tão bom e crível, mesmo 65 anos depois de sua publicação original. O autor crítica, através do seu inconformado personagem, a influência e dominação das mídias de massa sobre as pessoas. Em um mundo cada vez mais tecnológico como  o nosso, mais e mais pessoas estão deixando a leitura de lado para se dedicar às telas, já que nelas a informação não precisa ser processada. Não há um grande esforço por parte do receptor. Assim, ler se torna algo antiquado, incômodo, e os que se dedicam à isso são muitas vezes visto como “diferentões”, “nerds” e outros termos em sentido depreciativo. A grande diferença entre uma mídia de massa e uma não de massa, como a literatura, é que na primeira os grandes líderes e governos podem difundir suas mentiras e “domesticar” o pensamento da população. Já um livro, não só pode tornar a pessoa crítica ao que está lendo como também propensa a identificar as metáforas que representam o seu mundo real.

A questão mais assustadora desse livro é o controle demasiado das informações que desencadearam essa atitude dos bombeiros atuando como ferramentas do estado para queimar livros, surgiu de um anseio da própria população. Gradativamente as pessoas se cansaram de pensar e resolveram por si só abandonar os livros e buscar textos prontos pequenos, prontos e que evitem qualquer sofrimento ou crítica.

E mais uma vez a gente faz essa analogia… eu me lembro que na infância os equipamentos eletrônicos eram acompanhados de um longo manual. Para operar um videocassete, por exemplo, que roda fitas em vhs..vc precisava dedicar um bom tempo lendo para aproveitar todos os recursos disponíveis. Hoje praticamente não existem mais manuais…. o que temos é guia rápidos… porque ninguém aguenta mais gastar tempo lendo, não é verdade??? Você consegue perceber a semelhança???

Fahrenheit 451 está entre aqueles livros icônicos que precisamos ter contato pelo menos uma vez em nossas vidas. Ao lado de 1984 e Admirável Mundo Novo, compõe uma trindade de leituras distópicas que nos fazem refletir sobre a nossa sociedade e observar quando as coisas caminham para algo não seguro. E você, se interessou pelo livro? Fiquei surpreendido com o que li e garanto que você também vai gostar!

Eu vou ficando por aqui, eu sou o Fabio Soares e esse é o Canal Filosofia Contemplativa.

Por que pensar… não custa nada!

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